O crescimento elevado e desordenado das cidades brasileiras vem desencadeando vulnerabilidades pertinentes e resultantes do atual modelo econômico linear, como, por exemplo o desmatamento de grandes áreas, o crescente uso de recursos naturais e geração de resíduos. Esse modelo econômico, com base no uso de recursos finitos e destinação irresponsável dos resíduos, impacta, diretamente, na degradação ambiental e no desenvolvimento econômico, uma vez que resulta na instabilidade do mercado. Portanto, como alternativa de mitigação desse quadro, propõe-se o modelo de desenvolvimento circular.
Nesse sentido, a Economia Circular pressupõe um modelo econômico que fomenta a redução de desperdício e a sustentabilidade do lucro. Sendo assim, seus conceitos e princípios têm norteado inúmeras mudanças na cadeia produtiva de diversos países, tendo em vista as novas demandas da sociedade, relacionadas à qualidade de vida e responsabilidade social. Desse modo, sugere-
se um projeto intitulado por Fomento da Economia Circular em Negócios de Catu de Abrantes, como um modelo aplicável às comunidades carentes brasileiras.
Essa proposta foi concebida durante o Projeto Ecowomen 2020, visando contribuir, por meio de uma abordagem prática, com o enfrentamento às vulnerabilidades sociais, fomentando a economia circular para a população menos favorecida. Para tanto, o projeto considera as múltiplas particularidades do setor
relativas à cadeia produtiva e de consumo complexa e diversificada, buscando identificar ações e estratégias que contemplem noções de sustentabilidade e economia para empreendimentos. Isso, por meio de consultorias que buscam introduzir ações pautadas na minimização dos impactos ambientais causados pelo aumento da produção e consumo irresponsável. Através de uma rede de
voluntários apoiadores, que pode ser composta por instituições de ensino, universitários, professores, pesquisadores e empreendedores, para implementação prática da economia circular.
Portanto, o projeto em questão está alinhado, diretamente, com cinco Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas na Agenda 2030: Trabalho decente e crescimento econômico (ODS 8), por meio da otimização dos processos, gerando trabalho produtivo e decente, bem como lucro sustentável; indústria inovação e infraestrutura (ODS 9), mediante o desenvolvimento de um sistema, com partes articuladas, para fomento da circularidade; cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11), influindo, diretamente, no uso inteligente dos recursos, por meio da
implementação de práticas sustentáveis; consumo e produção responsáveis (ODS 12), por meio da identificação de possíveis melhorias nos processos que envolvem o produto; parcerias e meios de implementação (ODS 17), fomentando uma rede de parcerias para o desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, é possível concluir que é viável fomentar a economia circular em regiões vulneráveis, através de um modelo de produção e consumo mais sustentável e implementando uma rede de parcerias para difusão da economia circular. Buscando, promover a geração de lucro de forma sustentável,
através do compartilhamento de informações e estabelecimento de parcerias, almejando a criação de uma grande rede de colaboração para fomento da economia circular, a fim de atingir um equilíbrio entre as esferas econômica e ambiental.
Autor
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Milena Costa - Jovem Embaixadora EcoWomen e idealizadora do projeto Fomento da Economia Circular em Negócios de Catu de Abrantes